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Resenhas: #01 Harry Potter e a Pedra Filosofal

Gente, verdade seja dita, Harry Potter não precisa realmente de uma resenha. Mesmo assim, como eu sou muito fã, e essa série me marcou muito, eu resolvi deixar registrado aqui a minha opinião sobre o Harry.

            Bom, como (quase) todos sabem, os livros contam a história do bruxo Harry Potter, que fica órfão com um ano de idade. Seus pais foram mortos pelo maior bruxo das trevas de seu tempo, Lord Voldemort. Mas ao tentar matar o pequeno Harry, Voldemort não apenas falha como acaba perdendo todos os seus poderes e também seu nariz corpo. Isso faz Harry muito famoso e querido – no mundo dos bruxos.

            Harry, no entanto, cresce longe de tudo isso, pois é criado por seus tios trouxas (não bruxos), que vivem de forma muito chata normal e odeiam qualquer coisa anormal ou inesperada. Sua tia (irmã de sua mãe) na verdade sente muita inveja vergonha da irmã bruxa. Ele então é criado pelos tios junto com o seu primo Duda, um gordo chato pra caralho menino muito mimado que adora infernizar a vida dele.

            Assim se passam dez anos muito ruins para o pequeno Harry, que é muito maltratado pelos tios, que tentam acabar com sua “anormalidade” na marra, sem desconfiar de que é, na verdade, um dos bruxos mais famosos do mundo.

            Sua vida muda quando o gigante Hagrid lhe entrega uma carta de Hogwarts – uma das melhores escolas de magia e bruxaria do mundo – que diz que ele tem uma vaga na escola, e lhe conta a verdade sobre o seu passado e os seus pais.

            Harry então vai para Hogwarts, aonde sente que finalmente encontrou o seu lugar. Porém, junto com seus novos amigos Rony e Hermione, ele vai descobrir que o seu ano em Hogwarts está longe de ser tranquilo.

            Eu tenho que dizer, eu simplesmente adoro a forma com que J. K. escreveu o livro. Ela consegue criar personagens simples, mas com potencial de complexidade. Harry, por exemplo: ele não é bonito, usa óculos, é magrelo e pequeno. Um perfil nada heroico hein? E apesar de ter passado a vida toda sendo oprimido, Harry não é submisso ou deprimido: na verdade ele é bem espirituoso. Ele ainda é meio tímido e, mesmo assim, muito arrogante.

            Ah, tá, alguém aí pode estar lendo isso e achando que eu estou dando uma de Snape. O problema é que Snape muitas vezes está certo sobre o que ele diz sobre o Harry! Quando eu era mais nova, odiava Snape como todo mundo antes dessa onda “Always”. Mas é claro que, com o tempo, tendo amadurecido um pouco, fui obrigada a reconhecer algumas coisas. E uma dessas coisas é justamente a arrogância do meu ídolo, Harry Potter:

  •  Harry monta uma vassoura antes mesmo de ter aprendido como voar. Isso mostra muita confiança em suas habilidades, mesmo que ele mesmo não tenha consciência disso;
  • Ele acha que tem o direito de bisbilhotar sobre um segredo que o diretor escondeu a sete chaves dos alunos, por pura curiosidade. Ele não sente, porém, que tem o dever de partilhar suas descobertas com os professores ou o diretor;
  • Depois se sente obrigado a defender a pedra, o que quer dizer que ele sente que tem o poder de fazê-lo;
  •  No último momento, ele acha que é sua obrigação se jogar em um alçapão cheio de coisas desconhecidas e enfrentar simplesmente o maior bruxo das trevas do seu tempo, que inclusive assassinou seus pais, mais um professor. Um garoto de onze anos que acha que tem alguma chance contra um professor ou o maior bruxo das trevas do mundo: se isso não for arrogância, o que é então?


Aí você pode dizer: coragem! Sim, não discordo, Harry é muito corajoso. Mas temos que reparar também o tipo de coragem. Ele não só é uma pessoa que enfrenta corajosamente as situações que se mostram, ele vai atrás dessas situações! E, assumindo que Harry não seja um suicida, se ele vai atrás é porque ele acha que pode lidar com elas. Pura arrogância! E é por isso que nós te amamos Harry!

Outra coisa muito interessante que eu notei da última vez que li os livros e achei fantástico, é a forma com que Rowling consegue colocar muita história em pouco texto. Eu fiquei abismada quando me toquei, realmente me toquei, que todo o episódio com Norberto, o dragão, durou apenas um capítulo. Caramba, a sensação foi de ter lido semanas de história, sabe? Ela conseguiu colocar tudo isso em poucas páginas. A forma que o tempo passa no livro é muito interessante, porque a gente tem a impressão de ter acompanhado um ano inteiro em Hogwarts, mas na verdade se a gente juntasse todos os dias lidos, não dariam um mês. No entanto os lapsos de tempo (mesmo os de meses) são tão naturais que não sentimos quando estamos lendo.

Se dermos os descontos ao livro, como a “folga” que J. K. deu ao seu personagem principal, transformando ele em um jogador de quadribol muito talentoso e fazendo ele ganhar a melhor vassoura do momento e tal, ou o fato de que três bruxos de onze anos conseguiram passar pelos feitiços muito capengas que os professores criaram para proteger a pedra filosofal contra um bruxo que foi capaz de invadir Gringotes, a técnica de induzir o leitor a acreditar em um falso vilão, com reviravolta no final (quão clichê é isso?), fora outros pequenos deslizes e infantilidades (não vamos esquecer o público alvo do livro) aqui e ali, estaremos prontos para assumir que o livro é muito bom.

Há também um certa profundidade em alguns momentos do livro, para quem quiser encontrar, fora toda a pesquisa de J. K. em cada mínimo detalhe, feitiço ou planta, e em muitos elementos do mundo mágico (como o bezoar e a Pedra Filosofal) e até alguns personagens (como Nicolau Flamel).

Enfim, é difícil não se deixar seduzir pela história, que apresenta um nível até superior à sua proposta. J. K. Rowling conseguiu criar um universo incrível, capaz de encantar crianças e agradar adultos.

Sobre os filmes, eu nem vou comentar, porque seriam parágrafos e mais parágrafos de reclamações (eu encarno uma velha artrítica e rabugenta quando começo a falar dos filmes de Harry Potter) e tenho certeza de que muitos já desistiram de ler a resenha (que já deixou de ser resenha) até aqui.

Se você ainda não leu o livro, eu recomendo muito que leia, e deixe o universo criado por Rowling encantar você!

Um comentário:

  1. Eu ainda só fiquei nos filmes, mas uma dia leio esse livro que com certeza vou amar e já um clássico.
    Bjs
    http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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